A ansiedade é uma das emoções mais perturbadoras que podemos sentir. Algumas vezes, chamada de medo ou nervosismo, é sempre acompanhada da sensação de estarmos diante de um perigo ou vulneráveis diante de pessoas ou situações. Às vezes, se refere a um medo específico (uma cirurgia delicada, por ex.) outras vezes é difusa – uma sensação de mal-estar generalizada. Este estado produz alterações sicas, comportamentais e cognitivas cujo objetivo é nos impulsionar para a luta/enfrentamento ou fuga dessas situações. Uma ameaça pode ser sica (assalto), mental (sensação de morte) ou social (medo de ser rejeitado, humilhado, envergonhado).
A origem da ansiedade está no nosso cérebro mais primitivo.
Ao contrário do que se possa imaginar, a ansiedade não é algo ruim. Ela é uma resposta ao medo. É aquela “luz vermelha” que acende e nos deixa em estado de alerta diante de uma situação de perigo. Para entender um pouco melhor é preciso voltar ao tempo das cavernas. Lá os perigos eram reais e físicos – ser atacado por um dinossauro, por exemplo. A qualquer sinal de perigo, uma área mais primitiva do cérebro imediatamente mobilizava o corpo para lutar ou fugir. Boa parte do suprimento sanguíneo (oxigênio, glicose, nutrientes) era canalizada para os braços e pernas, a respiração ficava ofegante e havia um aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. Quando o ciclo se completava (a pessoa conseguia lutar ou fugir), tudo voltava ao equilíbrio.
O cérebro não diferencia o que é real ou imaginário
Não estamos mais vivendo em cavernas e é muito pouco provável que você se depare com um dinossauro no meio da rua. Hoje os nossos medos são outros: a falta de dinheiro, a falta de afeto, o desemprego, o filho doente, mas a leitura dessas ameaças pelo cérebro faz com que ele mobilize o nosso corpo como se a ameaça fosse sica. Por isso é que temos taquicardia, sudorese nas mãos, aperto no peito, visão turva, tensão muscular, tremores, dificuldade de discernimento da realidade, paralisia, desmaios, entre outros. Esses sintomas somente desaparecerão quando conseguimos “resolver a parada”. Assim acontece quando estamos diante de uma prova muito difícil – os sintomas desaparecerão após a realização da prova. O problema acontece quando “congelamos”, ou seja, não conseguimos lidar com a situação ameaçadora e toda aquela energia mobilizada fica conda, dando origem ao Trauma.